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Manual do sem-noção

Deborah Trevizan
O sujeito sem-noção é conhecido por vários sinônimos. Chato, mala, inconveniente, distraído, tosco, espaçoso, folgado. As facetas são muitas, mas o efeito sobre os colegas é o mesmo: uma chateação. Com essa situação em mente, Ligia Marques, especialista em etiqueta corporativa, e Paulo Faiock, roteirista, escreveram o livro Sem Noção – 100 Lições Bem-Humoradas para Não Dar Vexame e Saber o que Fazer Quando Alguém Passar dos Limites.

Os autores descrevem 100 situações comuns no mundo corporativo. “Todos nós somos um pouquinho sem-noção, mas há solução para isso”, diz, brincando, a consultora. Ao lado, algumas situações mapeadas no livro e como você pode se comportar para cometer menos deslizes e se proteger da espécie. Veja lá.

COMER NA MESA DE TRABALHO
O sem-noção não se contenta em comer na mesa de trabalho. O que ele come é que faz a diferença: “Vai uma mexerica? Tá docinha…”. Se você trabalha no mesmo ambiente do sem-noção esfomeado, peça a ele que vá ao refeitório. “Explique que o cheiro desse tipo de comida é bastante forte e permanece no ambiente durante toda a tarde e que, se um cliente entrar na sala no momento em que ele estiver comendo uma pizza, provavelmente, terá uma péssima impressão da empresa e dele.” É a dica.
O SEM-NOÇÃO QUE FAZ ENCOMENDAS PARA QUEM VAI VIAJAR
“Já que está indo para os Estados Unidos, pode me trazer um laptop?” Na maioria das vezes, a pessoa que vai viajar se sente constrangida em dizer “não” e acaba trazendo o que foi pedido. Se você for a vítima, diga que está viajando a trabalho e, infelizmente, não terá tempo de sair para fazer compras. E não faça você o papel de sem-noção — não peça nada a quem for viaja
BANCAR O PROFESSOR
Este é, de acordo com o livro, um tipo de sem-noção mais intelectualizado, que utiliza um vocabulário incompreensível. Perguntas inocentes, como “Você gosta de churrasco?”, podem render horas de explanação sobre o assunto. O sem-noção do tipo professor irá descrever os vários churrascos existentes em cada continente, todo o processo de extração do carvão, o sistema de trabalho desumano a que os mineiros são submetidos, os cortes de carne mais adequados para cada tipo de churrasqueira, a temperatura adequada da brasa… E você sairá da conversa sem saber a resposta da pergunta que você fez: se ele gosta ou não de churrasco.
USAR CAMISA DE TIME NA SEGUNDA-FEIRA
Domingo teve final de campeonato e depois de anos o time do sem-noção ganhou e ele quer compartilhar essa alegria com o mundo todo. “Esse é o traje típico do sem-noção para uma segunda-feira pós-campeonato de futebol.” Com todo tato, comente com seu colega de trabalho a respeito disso e o ajude a se vestir adequadamente para o ambiente profissional.
SÓ FALAR DE SI PRÓPRIO
É a pessoa que responde quando você só pergunta por educação “Como vai?”. Ou que passa o dia contando como os filhos são lindos, inteligentes, os cursos que faz, as novidades que aprendeu na cozinha. “Nunca pergunte nada a essa espécie de sem-noção porque, mesmo sem perguntar, você já será informado de tudo.”

NÃO CONFIRMAR A PRESENÇA EM EVENTOS
O sem-noção fica contente com o convite, mas não faz a mínima ideia do que significava a sigla R.S.V.P (respondez sil vou plait. Em francês, responda for favor). Lembre-se que as pessoas que organizam um evento gostam de saber quem estará presente e não adianta telefonar um dia antes da data marcada. Procure ligar assim que receber o convite.

COLOCAR CONVITE DE CASAMENTO, ANIVERSÁRIO OU OUTRO EVENTO NO QUADRO DE AVISOS DA EMPRESA
Mais uma das atitudes do sem-noção. Quando vir algum convite colocado no quadro de avisos, não se sinta convidado. Se a pessoa realmente quisesse a sua presença, teria lhe dado um convite nominal. E, para não ser protagonista dessa ação, lembre que convite é para ser entregue a pessoas que queremos que estejam presentes no nosso evento e, de preferência, entregues em mãos. Se não der, mande pelo correio, por email, mas ligue confirmando.