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Cuidado no uso das ferramentas da empresa para fins pessoais

Por Maria Carolina Nomura – iG Empregos
Quem nunca escreveu mensagens pessoais utilizando o e-mail da empresa? Ou ainda, o celular corporativo para fazer ligações que não tinham a ver com o trabalho?
De acordo com a consultora de etiqueta corporativa Renata Mello, todo mundo acaba usando ocasionalmente as ferramentas da companhia para fins pessoais. “O ideal é que não se use porque a empresa não é sua”, recomenda. “Mas, infelizmente, essa prática é muito comum, especialmente em grandes firmas onde a fiscalização dessas ações é difícil.”
Renata afirma que as pessoas deveriam ter um pouco de cerimônia porque são pagas para atingir metas e não para tratar de assuntos particulares durante o expediente. “Se o fizerem, que seja no horário do almoço ou de descanso. De preferência, utilizando e-mails pessoais e não os corporativos.”

Comodidade – Uma executiva de uma multinacional que não quis se identificar diz que usa os e-mails corporativos para falar com amigos e parentes por uma questão de “comodidade”. “É mais rápido, a tela já está aberta e pronto.”
Mas o problema não é apenas usar o e-mail da firma para se comunicar com pessoas que não fazem parte do círculo profissional, na visão da consultora de etiqueta corporativa Lícia Egger. “O e-mail da empresa carrega também a imagem da organização.”

Tiro no pé – Lícia acrescenta que, se a pessoa espalhar mensagens como correntes ou piadas de mau gosto ou racistas, estará pecando contra si mesma, uma vez que a empresa tem direito, por lei, de ler todos os e-mails veiculados pelo seu sistema.
Renata acrescenta que a descoberta desse tipo de mensagem, ou de comentários depreciativos, pode manchar a reputação do profissional. “Mostra também um pouco de imaturidade dele.”
Segundo posicionamento já emitido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), o empregado que faz mau uso do e-mail corporativo pode ser demitido por justa causa.

Internet – Mas não são apenas os e-mails corporativos que fazem parte do rol da utilização desmedida dos profissionais. O acesso a sites não relacionados com o trabalho e o uso do celular da empresa para fins pessoais também estão no topo dos excessos.
Para coibir o uso abusivo da Internet, por exemplo, algumas empresas adotam a restrição do acesso a alguns sites, de acordo com Roberto Martins, diretor de operações da Arcon, empresa de tecnologia da informação (TI).
Martins aponta que não é apenas o desvio da produtividade que preocupa as empresas. “Há também os problemas da segurança e do custo. Mais de 80% das ameaças de vírus eletrônicos às empresas vêm de programas pela Internet. A maior parte das companhias que utiliza essas ferramentas é de grande porte.”

Sem bom senso – Isso significa que não é possível confiar no bom senso dos funcionários, opina Martins.
“Se houver qualquer tipo de controle por meio da empresa, atitudes como entrar em sites que não tenham relação com o trabalho ou tratar de assuntos pessoais pelo celular da empresa seriam coibidas”, acrescenta Renata.
É o que comprova Luana Villalba, assistente de vendas de uma grande companhia. Ela diz que a maioria de seus colegas que tem celular o utiliza para fazer ligações privadas. “Até para marcar médico, eles usam o telefone da empresa. Eu acho errado e tento não misturar as coisas. A desculpa que dão é que a empresa tem bastante dinheiro e que ninguém vai saber dos telefonemas.”

Controle – Uma advogada que preferiu não se identificar conta que no escritório em que trabalha, um dos maiores do Brasil, o controle de telefonemas é bem rígido, principalmente por causa do custo.
Ela diz que para fazer uma ligação interurbana, internacional ou para um celular, é preciso digitar uma espécie de senha para ter acesso à linha e outra senha que é o número do cliente para quem o serviço está sendo prestado. No final do mês, os telefonemas que não têm relação com os clientes são debitados do salário automaticamente.