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Quer crescer? Ajude seu chefe a ser promovido!

Sérgio Chaia, ex-presidente da Nextel e autor de “Será que é possível?”, mostra como jovens podem obter reconhecimento no trabalho.

Por: Fernanda Bottoni
Quando começou a estagiar na área marketing da Johnson&Johnson, Segio Chaia, ex-presidente da Nextel e autor de Será que é possível?, achou que fosse fazer campanhas de divulgação e “por a mão na massa”. A realidade foi bem diferente: “Minhas tarefas se resumiam a servir café e tirar cópias de relatórios”, diz ele.

Para se diferenciar, ele procurava fazer mais do que as pessoas esperavam. “Servia um café sempre com um biscoitinho”, conta. “O chefe reparava, dizia que não tinha pedido”, e ele respondia que levava assim mesmo, porque o chefe podia querer.

De lá para cá, muitas coisas mudaram na vida dos estagiários – inclusive essa rotina de servir cafezinho, felizmente – mas a necessidade de entregar algo a mais continua viva.

Para quem está nessa situação, a dica de Chaia é sempre pensar no outro com a mesma intensidade com que você pensa em si mesmo. “A maneira mais rápida de alcançar o que você deseja é pensar, por exemplo, como você pode ajudar o seu chefe a ter uma atuação melhor”, afirma. “Se você quer ser efetivado, uma boa forma de conseguir isso é ajudando seu chefe a ser promovido”, explica. “Se ele for promovido, as chances de ele efetivar você são maiores, não acha?”

Segundo Chaia, só se destaca no mundo corporativo quem faz mais. “As pessoas tendem a achar que só cumprir a obrigação é o suficiente, mas não é”, alerta. “É preciso sempre superar as expectativas.”

Mau exemplo – Para ilustrar, Chaia conta um mau exemplo de estagiário com quem teve contato. “Quando era presidente da Nextel, tive um encontro com os estagiários”, conta. “No fim da apresentação, abri para perguntas, mas ninguém queria perguntar nada.” Isso até que uma estagiária levantou a mão para questionar o valor do tíquete refeição. “Ela queria saber quando iria aumentar e veio perguntar isso para mim”, lembra Chaia.

O que ele respondeu? Que também não sabia, mas que lá estava muita gente do RH que poderia responder isso para ela. “Depois, perguntei para ela onde estava seu foco.” O então presidente da empresa chamou a atenção da estagiária perguntando por qual motivo ela estava lá: por causa do tíquete ou para aproveitar todas as experiências e aprender? E ainda arrematou: “Se você estivesse disposta a aprender com tudo de certo e de errado, se estivesse disposta a se conectar com as mais diferentes pessoas e extrair tudo o que puder de aprendizado para sua carreira… certamente teria menos tempo para pensar no valor do tíquete.”

O foco do estagiário, diz ele, tem de ser o de aprender. Sempre. E você concorda com ele ou também está mais preocupado com outra coisa?